Gabriela olhou para o céu, estava lindo. O sol já estava se pondo e as aves cantavam. Estava caminhando sozinha na praia, imersa em seus pensamentos. Não queria estar ali, mas não podia estar aonde queria. Isso não era permitido mais. Não por ela, mas por ele . Ela começou então a lembrar do passado, a nostalgia bateu, ela olhou as ondas batendo nas rochas, sorriu e a lágrima escorreu. Aquele liquido salgado que ela já estava acostumada a sentir. Havia dias que não sabia o que era o calor de um corpo, um ombro amigo, um abraço apertado e palavras reconfortantes. Tinha decidido não contar para ninguém, guardar tudo para si mesma – as pessoas não precisavam ter mais um motivo para julga-la, as pessoas não precisavam saber que no fundo, ela não era tão forte quanto aparentava. Tudo que ela tinha que fazer era sorrir – era o bastante para as pessoas acreditarem que tudo estava bem, mesmo não estando. Mesmo com Gabriela querendo explodir. Mesmo com uma dor que não podia ser curada com