Flores


Ela caminhou por entre as ruas até chegar naquela que já lhe era familiar. A lua brilhava no céu, seus passos eram decididos, a firmeza era visível e esse ritmo se tornou constante até ela ver aquilo que fazia parte de seu passado. Sua mão foi instintivamente para tocar a flor num dos galhos baixos da árvore, mas parou antes que seus dedos roçassem as finas pétalas – aquelas mesmas pétalas que outrora estava entre o amor dos dois, que ocultava toda uma história e que uma a uma foram parar no chão, até que nada sobrasse. Até que nada sobrasse dentro dela também, mas agora seria diferente. As pétalas nasceriam e lá ficariam, porque ali era o lugar delas. Do amor já nada mais restava e a vida ali continuava. Ela abaixou os braços e voltou a andar, as flores que lá ficassem, eram passado agora e o sentimento de liberdade já gritava em seu peito. Quem sabe em outra esquina ela não encontra uma árvore mais florida e mais bonita.

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