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Mostrando postagens com o rótulo historia

Insano

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Ela pediu para que servissem mais um dose de whisky, estava ali a horas parada tentando imaginar o que faria agora. Acendeu um cigarro na noite fria e deixou que a nicotina a invadisse, soluções não caem do céu – pensou ela, e beber também não resolve muita coisa, mas com ela as coisas eram diferentes. Uma carta escrita sempre será melhor a luz da lua com manchas de batom ao canto, do que à luz de uma sala vazia e fria de um hotel com a parte sóbria de seu corpo funcionando. E então lá estava ela escrevendo mais uma carta novamente, estava se considerando já uma escritora de boteco e ela gostava do título. Antes de fechar a conta e sair do pequeno pub abarrotado de móveis antigos pediu a ultima dose, “mais uma moça?” perguntou o garçom intrometido, “a bebida faz a visão se expandir e a insanidade crescer” disse ela depositando o copo vazio no balcão ao lado de umas moedas e um guardanapo dobrado marcado de batom, saindo logo em seguida. Um endereço havia no meio do guardanapo, é c...

História

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Um beijo quente e demorado se iniciou, as mãos deles não hesitavam em minha cintura e eu correspondia ao toque. Poderíamos ficar assim para sempre se o mundo lá fora não existisse, entre beijos, risadas, brincadeiras e histórias. Ele me colocou na cama, me embalou com seus braços e sussurrando em meu ouvido começou a contar uma história engraçada. Ah, as tais histórias, sempre contadas por ele que me faziam sorrir e imaginar como seria bom poder ouvi-las todas as noites. Essa era sobre uma garota que gostava de flores amarelas e tinha medo do escuro, que não temia o silêncio e adorava madrugadas chuvosas ao lado de alguém. E sem perceber, ele contava a minha história, da garota de cabelos longos e olhos pretos, que estava com ele numa madrugada chuvosa de inverno.

Adeus

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Gabriela conversava com ele normalmente como se o adeus não fosse chegar, mas ele sempre chega. Ele olhou nos olhos dela e disse que precisava ir, para um outro continente talvez, e ela apenas assentiu, já sabia disso há algum tempo, mas o aperto no peito era maior agora. Ela sorriu para ele, entregou as malas e dei um ultimo beijo demorado, sabia que provavelmente seria a ultima vez que o veria e sabia o quanto isso doía. Ela o incentivou a ir, mas agora chorava por dentro, ele ia se dar melhor em outro país. E então ela o viu se afastar, dizendo um adeus mudo enquanto enxugava as lágrimas do coração. Ele iria ficar bem, isso bastava.

Escritora barata

O vento lá fora uivava O frio cobria as árvores E nós nos vestíamos de calor A lareira acesa estava O café não esfriava E nos cobríamos de amor Nas tardes ensolaradas Nas noites escuras Um bom som no violão rolava Você tocava e eu cantava Às vezes até dançava Abraços, risos, velhos sentimentos Sorriso estampado nos olhos E não havia dor no peito Caminhávamos juntos vivendo o momento E se com atenção você perceber No passado escrevi Porque há meses o caminho sozinha segui Eu, o pôr do sol e o skate sobre os pés Nada mais importava a não ser a maré Aqui me despeço então Sem ter mais você no coração

Mudança

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“Não pode ficar ai sentado, esperando que o novo mundo venha buscá-lo. Você tem que sair para fazer parte dele... Apesar de seus erros do passado”.  - A menina que Roubava Livros.

Mulher

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“Mulher não desiste, se cansa. A gente tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver. A gente paga mesmo. Paga caro, com juros e até parcelado. Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem “E se”. A gente completa o percurso e às vezes fica até andando em círculos, mas quando a gente muda de caminho, meu amigo, é fim de jogo pra você. Enquanto a gente enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradece a Deus! Porque no dia que a gente aceitar tranquilamente te dividir com o mundo, a gente não ficou mais compreensiva, apenas paramos de nos importar, já era. Quem ama, cuida! E a gente cuida até demais, mas dar sem receber é caridade, não carinho! A gente entende e respeita seu jeito, desde que você supra pelo menos o mínimo das nossas necessidades, principalmente emocionais, porque carne tem em qualquer esquina. Vocês nem sempre sabem, mas além de peito e bunda, a gente tem sentimentos, quase sempre a flor da pele. Somos damas...

Batom vermelho

Atrás da mascara de ferro, havia um batom vermelho; Havia um olho com lágrimas. Uma duvida oculta e um desejo ardente. Um problema era o problema. Havia também um sorriso. Um amor escondido. E com um aperto no peito, ela trilhava seu caminho de outro jeito. Raphaela Barreto 

Cartas para ninguém

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Ela não te entende como eu entendo, não te faz sorrir como eu fazia. Não sabe sua banda preferida, não conhece as musicas que você toca e não sabe te fazer dormir a noite. Não te conhece nas madrugadas gélidas e não sabe quem é você sobre a luz quente do sol. Ela não sabe fazer você se sentir bem, ela não sabe sentir o ritmo descompassado de seu coração grande. Ela não sabe e nunca vai aprender e você vai se cansar de dar chances a ela. Meu amigo, de nada adianta querer beijos de alguém que não possa te amar, de nada adianta receber carinhos de um coração gelado e vazio enquanto o seu próprio arde em carência e aspira por calor humano.

Melhor

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- Por que você gosta dele? - Porque ele me faz querer ser uma pessoa melhor. - E você já não é boa? - Não o suficiente, meu passado não tem uma história feliz, mas sempre podemos mudar, sempre podemos ser melhores. Raphaela Barreto

Notinha

Uma definição não encontrada no dicionário: “Não ir embora: ato de confiança e amor, comumente decifrado pelas crianças”.  - A Menina que Roubava Livros.

Metades incompletas

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Caminhei entre as ruas desertas e luminosas entrando no pub familiar. Ao som de AC/DC sentei na cadeira, chamei o garçom e bebi o primeiro gole, a garrafa de Daniel’s se esvaziando conforme a noite passava. Abandonei os quadros Marylin no inicio da madrugada, a lua brilhava no céu e o silêncio era absoluto se não fosse por meus passos. Não demorei a sentir a aproximação dele, o cigarro na boca e a travessura em seu rosto, me envolveu com seu braço e me segurou, tudo estava bem agora e juntos caminhamos de encontro ao desconhecido da noite, com nossas metades incompletas, nos completando.

Completos

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Gabriela pegou a coberta e abraçou-o, o sorriso travesso e o olhar entregando os pensamentos. Era maravilhoso para ela poder estar vivendo tudo aquilo, as risadas, as brincadeiras e os apelidos faziam tudo ficar ainda melhor. Deitou ao lado dele, apenas sorrindo, como se apenas existisse ambos no mundo, porque o lá fora já não importava naquele momento. Entre risadas se beijavam, aquela coisa toda de casal que só aparece em filmes. E apesar de tudo, o sono gritava dentro deles. Não demorou para que a inconsciência viesse, e abraçados entraram no mundo dos sonhos. Um corpo aquecendo o outro, onde um terminava o outro começava, e a sensação de completo pairava sobre o cômodo. Tudo parecia estar em seu devido lugar agora, eles estavam aonde deveriam estar, apenas vivendo o momento e transpirando felicidade. Engana-se quem diz que está bem sozinho, o ser humano não foi feito para viver sem sua metade.

Atrás de mim

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Tenho um ticket só de ida, na mochila sonhos de ainda ser feliz. Um adeus para os mais velhos, mas tenho ainda muito medo da vontade de ser quem eu quis. Quero abrir as asas para poder voar em fim, então ser livre e viver longe daqui. Uma guitarra eu vou ter, a escola da primeira vez, amigos que não volto a ver, na primavera uma canção, as fotos do primeiro amor, lembranças do ultimo verão, eu vou deixando atrás de mim. Tenho nós pela garganta, tenho um mapa que me leva a um outro país, pouca coisa quase nada, uma história e a vontade de ser quem eu quis, e as lembranças eu vou deixando atrás de mim.

Felicidade

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Caminhei entre as ruas vazias e as vielas silenciosas, as nuvens cobriam a lua e o escuro tomava conta de tudo. Eu sabia que o encontraria ali, sempre tão perdido e distante do mundo cotidiano. Não demorei a enxerga-lo entrando em um beco, a escuridão era mais que absoluta. Segui-o e antes que pudesse chama-lo ele se virou para me encarar, de algum modo sempre sabia quando eu me aproximava. Ele sorriu ao me ver e eu fiz o mesmo, os traços finos e fortes ao mesmo tempo, a pele clara e os olhos esmeralda sempre travessos. Ele me fitou, e nosso olhar já dizia tudo o que queríamos, a distância entre nós foi quebrada, o corpo dele se juntou ao meu e de repente eu já estava presa entre a parede e ele. Os lábios dele se moldaram aos meus, os dedos macios percorrendo-me, a sensação de êxtase se espalhando por meu corpo – e ali um correspondendo o outro como se não houvesse o amanhã, porque se você parar pra pensar na verdade não há, apenas o hoje e o agora importam, o amanhã que fique par...

Aniversário

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Semana passada o  “Sonhos de Uma Madrugada de Inverno” completou 02 anos, e vou contar um pouco da história dele para vocês. Ele surgiu em uma noite comum naqueles dias que não há nada para se fazer e em que a lua está mais que magnifica no céu. Sempre gostei muito de Shakespeare, e a ideia inicial era “Sonhos de uma noite de verão”, mas as coisas ficam melhores de madrugada e o inverno é minha estação preferida. O primeiro post foi um conto de Julie e Peter que hoje estou escrevendo um romance, quem sabe um dia posso publica-lo como livro, temos que sonhar não? Pois bem, quero agradecer a todos que vem acompanhando esse meu cantinho e deixar avisado que o próximo post será o primeiro texto que foi publicado aqui, a origem.

Sentir

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Eu estava a poucos centímetros dele, ansiava por seu toque quente e familiar. Queria me perder em seus braços e esquecer por alguns minutos as preocupações mundanas. Quando estamos com alguém, os problemas não somem, mas fica mais fácil de suportar tudo, fica mais fácil achar uma solução viável. Quando estamos sozinhos aprendemos a suportar tudo em nossos pés fracos e a sorrir pela vitória de não ter desabado naquele dia. E ali naquele momento, eu queria poder olhar nos olhos dele e chama-lo de meu, mesmo sabendo que não me pertencia mais. Queria fazer-lhe carinho, mesmo sabendo que ele não merecia. Queria sorrir de forma sincera e feliz e vê-lo fazer o mesmo. Queria num minuto o que já tinha deixado de sentir há dias.

Silêncio

Sentei-me ao meio fio, as lágrimas lutavam para sair . A vida de longe não era nem um pouco fácil e tudo fica pior quando perdemos alguém que amamos. E as pessoas parecem não notar, fecham os olhos e focam apenas naquilo que querem, sem visões laterais ou paralelas. Tudo o que eu sentia era um aperto gigantesco aqui no peito, que ia me consumindo cada vez mais. Senti então que alguém se aproximava, olhei para o lado e uma figura alta vinha em meu encontro, reconheci-o na hora. Pele morena, cabelos castanhos escuro, olhos que na luz adquiriam um castanho maravilhoso, calça jeans surrada e uma camiseta básica. Sentou-se ao meu lado. Olhei nos olhos dele e ele apenas assentiu, era complicado descrever nossa relação, mas sabíamos nos ler apenas com um olhar. Ele me abraçou forte com seus braços quentes e então deixei as lágrimas rolarem – já havia segurado por muito tempo. E quanto mais eu chorava, mais ele me apertava contra si – era reconfortante. E o silêncio que se seguia não era inco...

Conto de fadas

Jullie respirou fundo e se olhou no espelho, não reconhecendo si mesma - estava linda. Usava um vestido rosa que dava um contraste notável em sua pele branca, os saltos altos brilhantes davam a ela elegância, os cabelos estavam arrumados e a maquiagem era leve. Há tempos se preparava para aquele dia, finalmente o baile de Inverno da escola. Finalmente uma noite de conto de fadas com Peter - não que se importasse com isso, sua vida toda já era um livro que parecia nunca chegar ao "felizes para sempre", mas não ia pensar nisso. Peter já a esperava no pé da escada quando desceu - ele estava magnificamente lindo naquele smoking e sorriu quando viu Jullie, o que a deixou sem fôlego.   - Oi Peter - disse Jullie sorrindo.  -Jullie - disse ele suavemente como cumprimento, pegando a mão de Jullie que estava envolta numa luva, e beijou-a. Tudo isso lembrava incrivelmente um filme de época. Sem demora, eles foram para o baile, a noite estava incrivelmente linda, e havia um toqu...

Simples

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Gabriela olhou para o céu, estava lindo. O sol já estava se pondo e as aves cantavam. Estava caminhando sozinha na praia, imersa em seus pensamentos. Não queria estar ali, mas não podia estar aonde queria. Isso não era permitido mais. Não por ela, mas por ele . Ela começou então a lembrar do passado, a nostalgia bateu, ela olhou as ondas batendo nas rochas, sorriu e a lágrima escorreu. Aquele liquido salgado que ela já estava acostumada a sentir. Havia dias que não sabia o que era o calor de um corpo, um ombro amigo, um abraço apertado e palavras reconfortantes. Tinha decidido não contar para ninguém, guardar tudo para si mesma – as pessoas não precisavam ter mais um motivo para julga-la, as pessoas não precisavam saber que no fundo, ela não era tão forte quanto aparentava. Tudo que ela tinha que fazer era sorrir – era o bastante para as pessoas acreditarem que tudo estava bem, mesmo não estando. Mesmo com Gabriela querendo explodir. Mesmo com uma dor que não podia ser curada com ...

Dois dias da vida

A vida segue, não em sincronia com o tempo. Ela apenas segue. Os dias nem sempre são preenchidos de felicidades, os sorrisos estão sempre presentes, porém, estão vazios. Muitos te olham nos olhos, entretanto ninguém reconhece a necessidade de um abraço. Dizer que tudo está bem já faz parte da rotina e se tornou uma mentira tão mecânica que faz até parecer verdade. Assim, nesses dias insípidos que se segue a vida. E hoje, depois de muito tempo, eu chorei. Café e òcio - Dani Silva